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Você tem preconceito contra os velhos? Faça o teste e veja seu nível de ageísmo

Você é ageista? Saiba mais sobre o preconceito contra os velhos e teste o seu nível de ageísmo. Maiores de 60 O ageísmo é um tipo d...



Você é ageista? Saiba mais sobre o preconceito contra os velhos e teste o seu nível de ageísmo.

Maiores de 60


O ageísmo é um tipo de discriminação que envolve o preconceito contra pessoas com base em sua idade. O tema voltou ao debate recentemente devido a atitudes das divas Madonna e a modelo alemã Heidi Klum, que declarou esses dias: “Vou a mostrar a barriga até depois de ter 60 anos.” 


Heidi Blun, com seu corpo natural, desafiando o preconceito


Origem do termo

O termo ageísmo foi usado pela primeira vez pelo gerontologista Robert N. Butler para descrever a discriminação de adultos mais velhos e, à semelhança de racismo, da homofobia e do sexismo, o termo se tornou mundialmente conhecido e reconhecido como uma prática milenar da sociedade ocidental. 

A partir de então, o conceito foi expandido e surgiram: (1) o ageísmo implícito, atitudes discriminatórias inconscientes; (2) o ageísmo positivo ou condescendente, que são atitudes paternalistas que limitam a independência e autonomia do idoso e (3) o ageísmo internalizado, que é o auto preconceito.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o ageísmo será, em breve, o mais disseminado dos preconceitos, em função do envelhecimento população mundial. Pesquisa realizada nos Estados Unidos e Canadá mostrou que 86% dos idosos foram vítimas do preconceito. Segundo a Organização Mundial da Saúde 60% dos idosos disseram ter sido afetados. No Brasil, levantamento do Datafolha mostrou que 9 de cada 10 entrevistados acreditaram que o preconceito é real e está presente tanto a nível pessoal como institucional, inclusive nas instituições de saúde. Manifestações de ageísmo são frequentemente citadas em situações no mercado de trabalho, onde podem levar a disparidades salariais ou dificuldade em encontrar emprego e no preço de serviços.







Um mal da civilização 

Em meados do ano de 2019 a Organização Mundial da Saúde iniciou quatro estudos com o objetivo de definir o ageísmo e identificar maneiras de combatê-lo. O New Times dedicou uma página ao tema iniciando a matéria com um retrato do ageísmo na publicidade. Isso aconteceu a cerca de um ano atrás. Saí do metrô e vi um anúncio, na parede da estação, de um aplicativo de entrega de comida: 


"Quando você faz 30 e quer um bolo inteiro só para você, o que é basicamente 50, o que já é  basicamente estar morto".

Depois de muita gritaria nas mídias sociais, a empresa se desculpou pelo que chamou de tentativa de humor. Mas nós sabemos que é ageísmo.

A matéria continua: Talvez você se lembre de outra campanha recente, essa do governo (pasme!) com o objetivo de incentivar a participação dos jovens nas eleições. Na busca desse objetivo louvável, os profissionais de marketing invocaram diversos estereótipos negativos de idosos - egoístas, confusos, despreocupados com o futuro - para incentivar os jovens a votarem e não deixarem o seu futuro nas mãos dos mais velhos. 

Os exemplos são muitos. A propaganda, o cinema e a TV abusam do direito de serem “cômicos” quando se trata de desmerecer os idosos. Contudo, esses golpes são  meras micro-agressões em comparação com as formas que o ageísmo costuma assumir: na discriminação generalizada no emprego, nos planos de saúde, e na invisibilidade geral em maior parte do serviço público. 

O mais triste é quando essas atitudes são internalizadas pelos próprios adultos maduros que ao “entubarem” uma visão negativa de sua própria idade e de si mesmos, terminam por prejudicar a  sua saúde mental e física ."É um problema incrivelmente prevalecente e insidioso", disse Alana Officer, que lidera a campanha global da Organização Mundial da Saúde contra o ageísmo.





Estereótipos que contribuem para o envelhecimento

A pesquisadora Susan Fiske sugeriu que os estereótipos sobre as pessoas mais velhas geralmente se relacionam com o modo como as pessoas mais jovens esperam que elas se comportem:


  • O primeiro estereótipo foi descrito por “sucessão”: As pessoas mais jovens geralmente assumem que os indivíduos mais velhos já "tiveram a sua vez" e devem abrir caminho para as gerações mais jovens.

  • O segundo estereótipo foi nomeado de “consumo”: As pessoas mais jovens sentem frequentemente que recursos limitados da economia devem ser gastos com eles mesmos e não com os idosos.

  • O terceiro estereótipo foi descrito como “identidade”:  As pessoas mais jovens acham que aqueles que são mais velhos deveriam "se comportar segundo a  sua idade" e não tentar "roubar" as identidades das pessoas mais jovens,  falando gírias modernas, pintando o cabelo colorido, usando tatuagem, namorando ou se vestindo de forma descontraída. Enfim, querem que os maduros sigam o estereótipo dos vovôs e vovôs de séries antigas de TV.






As redes sociais têm colaborado para agravar o problema

Claro que há exceções e ilhas de tranquilidade como é o caso desse site, nosso grupo e página no Facebook. Há uma onda crescente de gente disposta a produzir conteúdo de qualidade para os maiores de 60. Contudo, a realidade geral nas redes ainda é muito discriminatória aos idosos. A fobia aos mais velhos ganha força com a propagação dos corpos ideais e rostos perfeitos vistos nas redes sociais. Há pouca oportunidade para os maiores de 60 ver alguém como ele se colocando em uma posição de destaque pela sua beleza madura. Sim, caros leitores, somos lindos também. O espelho dessa gente é que é contaminado de padrões doentios, irreais e desumanos.


Madonna segue desafiando os limites aos 60 anos de idade.

Madonna está certa. Aos 60 anos, a musa apareceu em um evento estrelado de bunda de fora. Ao ser provocada em termos preconceituosos em relação idade, no “tapete vermelho”, declarou: “eu fui provocativa a minha vida inteira, vocês acham mesmo que eu iria deixar de ser agora só porque estou mais velha?”


Você é ageísta? Sabe reconhecer os sinais do preconceito de idade?


Faça o TESTE a seguir e confira as suas atitudes em relação à idade e ao envelhecimento.